Estes deliciosos bolinhos, feitos à base de açúcar, ovos e amêndoa e dispostos sobre folhas de hóstia, fazem parte do receituário do antigo Convento de Santa Clara, no Porto.
Tal como esta receita, muitos doces conventuais tinham nomes apelativos, onde ficava implícita uma certa sedução, fator que denunciavam a falta de vocação religiosa de muitas freiras. Não podemos esquecer que muitas delas foram enclausuradas pelos pais ou pelos maridos por mau comportamento; outras ocupavam as dependências religiosas por não serem primogénitas, o que implicava um dote mais reduzido, fator que acabava por se tornar determinante para conseguirem um bom casamento. Estando no convento, o espaço da cozinha era aquele onde tinham “mais liberdade” para viver momentos de verdadeiro deleite, criando doces que permaneceram imemoráveis e que, ainda hoje, são uma tentação.
Ingredientes:
- 100 ml de água
- 250 g de açúcar
- 250 g de amêndoa triturada
- 6 gemas
- canela p/ polvilhar
- casca de 1 limão
- folhas de hóstia
Confeção:
Leve o açúcar ao lume com a água e uma tira da casca de limão, até obter ponto de fio forte (quando, depois de o açúcar estar algum tempo em ebulição, forma um fio forte entre os dedos, sem partir).
Ligue o forno a 100º C.
Bata as gemas e deite nelas, em fio e sem parar de mexer, a calda de açúcar.
Adicione a amêndoa e leve ao lume, a engrossar, mexendo continuamente.
Disponha folhas de obreia num tabuleiro e, sobre eles, ponha pequenos montinhos do preparado anterior.
Leve a cozer durante 40 minutos.
Retire os beijinhos do forno e deixe arrefecer.
Quando os beijinhos estiverem bem secos, apare a folha de hóstia em volta, de forma a só se ver o doce. Polvilhe com canela e sirva.
Foto: www.jvitorino.wordpress.com/2013/12/07/beijinhos-de-freira