A receita, centenária, das Trouxas da Malveira baseia-se nos segredos conventuais, mais concretamente do convento de Odivelas, onde trabalhou, durante muitos anos, a fundadora daquela que viria a ser a atual Fábrica de Trouxas da Malveira, D. Emília de Jesus de Sousa Antunes.
Quando, no início do séc. XX, deixou o convento, que, entretanto, se tornara um Colégio Interno feminino (para filhas de militares), D. Emília estabeleceu-se na Malveira, abrindo inicialmente uma requintada leitaria. No entanto, a adesão não foi a esperada e a senhora decidiu lançar um novo negócio ligado à doçaria, abrindo um pequeno espaço, junto à passagem de nível da Malveira, a que deu o nome de A Tentadora. Como os pedidos começaram a ser muitos, D. Emília convidou para junto de si a sua a afilhada, Maria Emília Antunes Esteves, e uma velha amiga que trabalhara com ela no convento de Odivelas, D. Teresa.
A casa começou por ser famosa pelos pastéis de grão mas, com a habilidade destas senhoras, conhecedoras dos segredos da doçaria, outros doces foram surgindo, ganhando especial destaque as tortinhas de pão de ló, com o seu inesquecível recheio, que eram feitas, em pequenas quantidades, para a clientela mais fina. Com a morte D. Teresa, o segredo das trouxas fica na família de D. Emília.
A sua sobrinha assume o negócio e decide começar a fazer das trouxas a sua especialidade. Em 1952, inspirada nas antigas lavadeiras saloias que traziam, à cabeça, as trouxas de roupa, decide dar-lhes o nome de Trouxas da Malveira. De então para cá, as Trouxas da Malveira ganharam inúmeros apreciadores, toranado-se uma referência incontornável da doçaria regional portuguesa.
Para a massa, comece por bater as claras em castelo.
Junte-lhes as gemas, o açúcar e a farinha, envolvendo bem.
Deite num tabuleiro, untado e forrado com papel vegetal, e leve ao forno, pré-aquecido a 200º C, até a massa estar dourada.
Entretanto, prepare o recheio.
Junte, num recipiente, as amêndoas moídas, o açúcar, o leite e a baunilha.
Coloque o preparado sobre lume brando até engrossar.
Quando a massa estiver cozida, deite-a sobre um pano de cozinha, coberto de açúcar.
Retire o papel vegetal e barre, uniformemente, a superfície da massa com o recheio.
Apare as pontas da massa e corte-a em seis partes iguais (dois cortes na vertical e um na horizontal).
Cubra a superfície com canela, a gosto.
Com a ponta do pano, comece a enrolar a massa e prossiga, dando-lhe a forma de trouxa.
Aproveite as gemas que sobraram da preparação deste receita para fazer uma Charlotte de Coco e Pêssegos.
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