Este bolo, também conhecido como Bolo de Bom Gosto, foi criado pelas freiras Carmelitas Calçadas do Convento da Esperança, em Beja. O convento foi fundado no séc. XVI (1541), sendo frequentado por pessoas de grandes recursos económicos.
A cidade de Beja é hoje uma referência na doçaria do Baixo Alentejo, sendo daí originários doces que se destacam, não só pelo seu sabor como também pela decoração apurada. A arte de trabalhar a apresentação dos bolos foi principalmente desenvolvida nos conventos, que eram a única alternativa digna às casas senhoriais para o acolhimento das comitivas de pessoas importantes do reino, quando se deslocavam àquela região, em viagens oficiais ou de lazer.
O bolo bom como tão bom é feito com dois ingredientes muito comuns na gastronomia alentejana, a gila e a amêndoa, caracterizando-se pela sua apresentação farta e apelativa. É geralmente servido à sobremesa ou em ocasiões especiais (como de casamento, de aniversário, Natal…) pois é um doce rico e com uma decoração elaborada.
Ingredientes:
Para a massa
- 250 g de amêndoas (peladas e raladas)
- 250 g de doce de gila
- 250 ml de água
- 3 colheres (sopa) de farinha + q.b. p/ polvilhar
- 3 ovos
- 500 g de açúcar
- 6 gemas
Para a cobertura
- 250 ml de água
- 300 g de açúcar
Para a decoração
- frutas cristalizadas
- amêndoas picadas (opcional)
Confeção:
Leve o açúcar ao lume com a água e deixe ferver até atingir o ponto de fio (103 °C – a calda adere levemente à colher e, ao retirar um pouco, forma-se um fio com o qual se conseguem fazer formas sobre uma superfície lisa).
Junte a amêndoa e ligue bem.
Acrescente o doce de gila. Deixe ferver um bocadinho e retire do lume.
À parte, ligue bem ovos e as gemas. Acrescente-os ao preparado anterior, juntamente com a farinha.
Leve novamente a lume brando, mexendo sempre até espessar.
Unte muito bem uma forma redonda com cerca de 15 cm de ∅ e polvilhe o fundo com bastante farinha.
Deite a massa na forma, polvilhe com mais farinha (± ½ centímetro) e leve o bolo a cozer em forno brando (160º C), cerca de 40 minutos. Este é um bolo húmido pelo que não deve cozer demasiado para não secar.
Para a cobertura, leve o açúcar e a água ao lume para fazer uma calda em ponto de voar (112 °C – ao retirar um pouco de calda com uma escumadeira e assoprar, formam-se bolas que se desprendem como bolhas de sabão) – dobre a calda várias vezes para se tornar espessa e opaca.
Desenforme o bolo, sacuda toda a farinha e cubra-o com a calda.
Enfeite com frutas cristalizadas e amêndoas picadas.
Nota:
De acordo com a receita original, o bolo deverá ser “caiado” durante 2 dias consecutivos com a calda de açúcar. Por uma questão prática, em vez desta pode cobrir o bolo com açúcar em pó.
Sugestão:
O Pudim de Claras é uma boa opção para aproveitas as que lhe sobraram da preparação deste bolo.
Foto: Produtos Tradicionais Portugueses, DGDR
gostaria de confirmar a quantidade de natas