O Toucinho do Céu, uma das grandes referências da doçaria conventual portuguesa, adquiriu uma dimensão nacional a partir do século XIX. Trata-se de um doce feito à base de amêndoas, ovos e açúcar; consoante a região, poderá ainda levar doce de gila e/ou canela.
O seu nome deve-se ao facto de a receita original integrar banha de porco e, claro está, de ter origem nos conventos. Era comum as freiras aproveitavam as claras que sobravam da receita para fazer Pudim Molotov.
Conhecem-se várias receitas deste doce, cada uma delas típica de uma região do país, sendo a do Alentejo característica pela utilização de especiarias, em que a cozinha alentejana é pródiga. Do Convento de Santa Mónica, em Évora, extinto a 11 de fevereiro de 1881, surgiu uma história monástica onde aparecem referências a alguns doces do convento, entre os quais o Toucinho do Céu.
Pode servir-se em fatias individuais passadas por calda de açúcar e canela, conforme descrito abaixo.
Ingredientes:
Para a base
- 1 colher (café) de canela
- 1 pitada de cravinho
- 3 colheres (sopa) de farinha + q.b. p/ polvilhar
- 300 g de amêndoas peladas e moídas
- 350 g de açúcar
- 5 claras
- 8 gemas
Para a calda e cobertura
- 1 casca de limão
- 150 ml de água
- 500 g de açúcar
- açúcar em pó q.b.
- canela q.b.
Confeção:
Bata o açúcar com as gemas e as claras até firmar um pouco.
Misture as amêndoas raladas com a farinha, o cravinho e a canela e envolva-as no preparado anterior.
Bata mais um pouco e transfira a massa para uma forma redonda, untada e polvilhada com farinha (o fundo deve estar completamente coberto com uma camada de farinha).
Leve ao forno (pré-aquecido a 180º C), em banho-maria, cerca de 1 horas e 15 minutos.
Retire o doce do forno, desenforme e raspe muito bem a farinha da superfície. Corte em fatias e reserve.
Para a calda, leve o açúcar ao lume com a água e a casca de limão, deixando ferver até obter uma calda fraca. Retire e deixe arrefecer um pouco.
Regue o bolo com a calda e, por fim, polvilhe com açúcar em pó e canela.
Sugestão:
Use as claras restantes na receita dos Arrepiados de Amêndoa com Rum.
Muito bom!!!
As claras eram tradicionalmente usadas para engomar a roupa nos conventos. Sobravam, portanto, muitas gemas pelo que as receitas conventuais têm frequentemente muitas gemas.