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Sericaia (Alentejo)

A Sericaia, também conhecida por Sericá ou Cericá, é um doce tipicamente alentejano, com marcas da doçaria conventual – em que há uma abundante utilização de ovos e canela.

Há quem diga que a sericaia é oriunda da Índia e outros que vem do Brasil; o que se sabe ao certo é que esta receita foi implementada no Alentejo pelas mãos habilidosas das freiras do convento de Elvas e de Vila Viçosa, reclamando ambos para si os direitos da sua importação. Umas deram-lhe o nome de Sericaia e outras de Sericá, sendo que a tradição está mais ligada a Elvas, onde o doce é decorado com as famosas ameixas da região.

O toque da canela e a textura fofa fazem deste doce uma verdadeira delícia. No entanto, o segredo deste doce conventual, mais do que os ingredientes utilizados, está na forma de o deitar, num prato de estanho ou barro, às colheradas desencontradas. Ao cozer a sericaia, esta deverá abrir gretas à superfície, dando-lhe o seu aspeto característico.

Ingredientes:

  • 1 limão
  • 1 litro de leite
  • 1 pau de canela
  • 1 pitada de sal
  • 12 ovos (claras e gemas separadas)
  • 150 g de farinha de trigo
  • 500 g de açúcar
  • canela em pó q.b.

Confeção:

Ligue o forno a 225° C.

Leve o leite a ferver, juntamente com a casca de limão, o pau de canela e sal. Retire do lume quando estiver pronto e deixe arrefecer.

Entretanto, bata muito bem as gemas com o açúcar até obter um creme fofo.

À parte, dissolva, aos poucos, a farinha no leite.

Junte o creme de gemas e o leite  e, mexendo sempre, leve a engrossar em lume brando.

Retire do calor, tire a casca de limão e o pau de canela e deixe arrefecer.

Bata as claras em castelo bem firme e incorpore-as cuidadosamente no preparado anterior, que deverá estar frio ou morno.

Leve ao forno o tradicional prato de barro alentejano, fundo e largo, para aquecer.

Deite o creme no prato em colheradas desencontradas — uma no sentido do centro para as bordas do prato e a outra atravessada.

Polvilhe abundantemente com canela e leve a cozer cerca de uma hora. Verifique, no entanto, a cozedura fazendo o teste do palito — se este sair seco, colocando-o no centro do doce, a sericaia estará pronta.

12 comentários em “Sericaia (Alentejo)”

  1. Moro aqui no sul do Brasil mas cada vez que experimento uma receita nova e o aroma de coisa gostosa inunda minha cozinha sinto uma imensa vontade de conhecer Portugal.
    Carinhoso abraço,
    Ana

  2. Sai um pouco do tradicional, mas a nova tecnologia pode ajudar um pouco. Experimentem ferver o leite no microondas, deixar arrefecer um pouco, dissolver a farinha e adicionar os ovos com açúcar, levar novamente ao microondas, passados 4 minutos misturar muito bem e mais 3 fica pronto,(dependendo da potência) sem sujar mais louça e sem pegar ao fundo do tacho. Depois de arrefecer é só adicionar as claras. Enviei fotos para o site.

  3. Emanuel Eduardo Pires Vaz

    Esta receita da sericá é um sucedâneo que vem da doçaria conventual por influência dos templários do conhecido doce “Quebra-corações” que se usava nas festas dadas pelo que é agora Beato Gonçalo da Amarante. A receita anda na minha família desde o século XII e trocá-la-ei na devida altura para a posse do povo de Amarante que a adquirir no portfólio de Santo. É um doce extremamente apetitoso que a minha família deixará sair, com os requisitos de que é apanágio. É a informação permitida agora pelo meu avô, liguem-nos no e-mail do meu avô, que eu responderei o que puder. No século XVI seguiu a receita para o Brasil, e depois espalhou-se por toda a África (portuguesa). Agregue-se à causa de Beato A Santo. (p/ Clara P. Vaz).

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