Este rebuçados cilíndricos, de aspeto artesanal e cor alaranjada, são típicos da Madeira e devem o seu nome à planta que está na base da sua confeção – o funcho, que é muito abundante na Ilha, particularmente na zona do Funchal. A receita terá sido, pois, criada para aproveitar os benefícios e a grande quantidade de funcho ali existente.
Conta a História que quando o arquipélago foi descoberto e João Gonçalves Zarco ali desembarcou (séc. XV), este terá ficado impressionado com o amarelo predominante das flores deste arbusto, o que o terá levado a designar a primeira povoação de Funchal.
Com o tempo, os rebuçados de funcho transformaram-se numa referência do arquipélago, sendo atualmente dos doces mais procurados pelos turistas, portugueses e estrangeiros. A sua comercialização é feita em pequenos sacos de plástico, não sendo os rebuçados embrulhados individualmente.
Habitualmente consumidos como guloseima, são também usados para adoçar o chá ou misturar na aguardente de cana. Dadas as propriedades do funcho, são utilizadas como calmantes para a tosse.
Parecendo fácil, a sua confeção exige habilidade e prática, uma vez que a pasta de açúcar tem de ser trabalhada em quente e deve ficar homogénea e lisa. Veja como se faz…
Ingredientes:
- 1 kg de açúcar
- 10 g de essência de funcho
- 500 ml de água
Confeção:
Leve ao lume o açúcar e a água até a calda fazer estrada (ao passar a espátula, vê-se o fundo da panela).
Acrescente a essência de funcho e mantenha ao lume até atingir o ponto de bola dura (125º C) e depois o de rebuçado, ou seja, o de bola dura já amarelo.
Deite esta pasta numa travessa untada com manteiga, deixe arrefecer um pouco e puxe pedaços, dando-lhes o formato de charutos compridos, com a largura de um dedo.
Com pancadas bruscas de uma faca, parta charutos em cilindros de aproximadamente 3 cm de comprimento.
Guarde os rebuçados em caixas hermeticamente fechadas.