Este pudim, uma das sobremesas mais ilustres da cozinha portuguesa, é feito à base de claras batidas em castelo, sendo também conhecido como Pudim de Claras. É uma receita feita tradicionalmente em ocasiões festivas, como o Natal e a Páscoa, porque é uma excelente forma de se fazer o aproveitamento das claras quando se confeciona o pão de ló.
O pudim é tradicionalmente coberto por doce de ovos (embora haja quem o faça com caramelo), ficando com uma textura e envolvência únicos, conferidos pelas claras batidas e a cremosidade do doce.
Ingredientes:
Para o pudim
- 12 claras
- 12 colheres (sopa) de açúcar
- caramelo liquido q.b.
- manteiga p/ untar a forma
- sal q.b.
Para o doce de ovos
- 6 colheres (sopa) de açúcar
- 6 gemas
- água q.b.
Confeção:
Pré-aqueça o forno a 180º C.
Coloque umas pedras de sal nas claras e bata-as até ficarem bem firmes.
Acrescente o açúcar, uma colher de cada vez, batendo sempre.
Junte o caramelo liquido necessário para deixar o preparado com a cor pretendida (tenha cuidado para que o gosto não fique muito muito forte. O ideal será ir colocando o caramelo e provar a mistura à medida que o fizer).
Com a forma previamente untada com manteiga, deite colheradas da massa, evitando deixar buracos, mexendo com a colher. Alise alise bem.
Leve ao forno, em banho-maria, durante o tampo necessário para a cozedura, sem nunca abrir o forno, caso contrário o molotov vai cair. O tempo depende do número de claras – para cada clara usada na receita, equivale 1 minuto de cozedura (12 claras = 12 minutos).
Desligue o forno e deixe o pudim arrefecer lá dentro (no mínimo 20 minutos) sem nunca abrir a porta.
Desenforme depois de completamente frio para evitar que parta.
Para preparar o doce de ovos, leve a ferver o açúcar e um pouco de água, sem mexer com a colher (vá rodando o tacho para envolver). Quando a calda atingir um ponto de caramelo muito claro, deite mais um pouco de água e deixe apurar até fazer ponto de pérola.
Deixe a calda arrefecer e misture as gemas. Leve a engrossar, em lume brando, mexendo sempre e sem deixar ferver, para as gemas não talharem.
Desenforme o pudim quando estiver frio e cubra o Molotov com o doce de ovos.
Dicas para o molotov não baixar:
- As claras devem estar à temperatura ambiente quando foram batidas. Se tiver os ovos no frigorífico, deverá retirá-los com antecedência para temperarem.
- Bata as claras muito bem as claras em castelo, mesmo depois de colocar o açúcar e o caramelo.
- Nunca ponha o molotov no forno sem o ter pré-aquecido.
Nota:
Além de ser verdadeiramente delicioso, o molotov é uma sobremesa excelente para aproveitar grandes quantidades de claras que sobrem de outras receitas. Poderá ajustar as quantidades aqui indicadas, mantendo a proporção consoante o número de claras usadas. sabendo que para cada clara corresponde 1 colher de açúcar. No entanto, tem de ter em atenção o tamanho da forma, que deve suportar um molotov grande.
Sabia que…
O nome original desta sobremesa é Pudim Malakof, estando relacionado com a guerra da Crimeia, no séc. XIX, altura em que o pudim era sobejamente preparado para aproveitar as claras que sobravam das receitas com muitas gemas, característica típica da doçaria portuguesa. Malakof é o nome de uma fortaleza que protegia a cidade de Sebastopol, na Crimeia e, quando o general Pélissier a tomou, recebeu o título de duque de Malakof. Talvez pela popularidade e influência deste general, o pudim recebeu o seu nome.
No entanto, na sequência da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) a sobremesa veio a receber a designação comum de Molotov. Durante a guerra, o ministro dos Negócios Estangeiros da URSS, Vyacheslav Mikalovich Skriabine, dito Molotov na clandestinidade, notabilizou-se a nível mundial e foi como Molotov que passou a ser conhecido internacionalmente. Provavelmente por confusão com este nome, o povo português passou a designar também esta sobremesa por Pudim Molotov.
SUGESTÃO:
Aproveite as gemas que não foram usadas na receita, preparando Ésses de Peniche – uns biscoitos que pode guardar num pote e ir saboreando ao longo do tempo.