Cavacas de Resende (Viseu)

As cavacas de Resende são um dos marcos não só daquela cidade, no distrito de Viseu, mas de toda a região. Verdadeiramente deliciosas, o seu aspeto nada tem a ver com as tradicionais cavacas, tão afamadas em várias regiões de Portugal. As cavacas de Resende medem cerca de 5 cm de comprimento, por 2,5 cm de largura e 2 cm de espessura, sendo necessários apenas três ingredientes para a sua confeção: ovos, farinha e açúcar.

Embora não haja registos precisos acerca da sua origem, sabe-se que a receita é já muito antiga. No séc. XIX eram dos doces regionais mais deliciosos e apreciados em toda a região, sendo amplamente divulgados nas feiras e romarias locais. Na Páscoa, as cavacas eram oferecidas como folar e, no Natal, havia a tradição de os caseiros as oferecerem aos patrões, colocadas em pequenas cestas, chamadas “condessas”.

Atualmente ainda há quem faça as cavacas da forma tradicional, mexida à mão e cozida nos fornos a lenha, tal como faziam nos tempos antigos.

Ingredientes:

(12 cavacas)

Para a massa

• 280 g de farinha
• 7 gemas
• 250 g de açúcar
• 8 ovos
• manteiga q.b. p/ untar o tabuleiro

Para a cobertura

• 200 ml de água
• 500 g de açúcar
• farinha q.b.

Confeção:

Misture os ovos e as gemas num alguidar. Adicione o açúcar e bata muito bem até obter um preparado branco e espumoso.

Junte a farinha e bata até a massa ficar bem ligada e homogénea. Deite-a num tabuleiro de bordos altos, bem untado, e leve a cozer em forno brando.

Entretanto, prepare a cobertura, fazendo uma calda em ponto de espadana com o açúcar e a água.

Estando cozida a massa, vire-a sobre um guardanapo e deixe-a arrefecer.

Corte o bolo em retângulos de 5 cm de espessura, passe-os pela calda de açúcar e farinha. Deixe as cavacas secarem sobre uma grade.

Sobre as cavacas de Resende…

A origem deste doce regional é incerta. No entanto, há uma lenda associada a estas cavacas que alude a que tenham sido criadas na Idade Média.

Reza a lenda que uma senhora preparava a boda de casamento da sua filha e preparou o bolo de noiva. Como o casamento teve de ser adiado, devido a uma peste que estava a assolar o concelho e a família tinha poucos recursos, a mãe da noiva viu-se obrigada a conservar o bolo até à nova data do casamento. Retirou, pois, a cobertura que tinha feito e molhou a massa numa calda de açúcar que lhe restituiu a frescura e fez as delícias de todos na boda.