O arroz-doce é um dos doces mais tradicionais em Portugal, sendo uma referência nos dias de festa – há mesmo uma frase popular que diz “És como o arroz-doce” para referir alguém que vai a todas as festas….
São inúmeras as receitas e as formas de confecionar esta deliciosa sobremesa, cada uma delas associada a uma tradição familiar ou regional. Para compreender a designação dada a este arroz-doce, que é uma referência em várias localidades do distrito de Setúbal, há que conhecer a História a ela associada.
Os termo caramelo está relacionado com “caramuleiro”, aquele que é oriundo do Caramulo. Caramelos é, pois, o nome dado aos migrantes oriundos da Serra do Caramulo e também do litoral, entre Aveiro e Leiria, que no decorrer do séc. XIX se deslocaram para o sul do Tejo a fim de trabalharem nas grandes herdades da região – nas zonas de Azeitão, Palmela e Pinhal Novo. Estes trabalhadores rurais foram atraídos pela enorme oferta de trabalho existente na região de Setúbal, tendo sido eles os responsáveis pela expansão vinícola naquele local.
Com a chegada dos primeiros migrantes vindos da Beira Litoral para a região sul, surgiram também novos hábitos alimentares. Esta é a receita tradicional do arroz-doce deixada pelos antigos Caramelos.
Ingredientes:
- 1 kg de açúcar amarelo
- 1 kg de arroz
- 4 gemas
- 8 paus de canela
- casca de 1 limão
- manteiga q.b.
- sal q.b. para temperar a água
Modo de Preparação:
Num tacho, coloque água suficiente para a cozedura do arroz, com sal, os paus de canela, um pouco de manteiga e a casca de limão.
Quando ferver, junte o arroz.
Logo que este esteja cozido, junte o açúcar, deixando apurar em lume brando.
Entretanto, retire do tacho um pouco de arroz aguado e junte-lhe as gemas batidas.
Junte tudo no tacho, mexendo lentamente em lume brando. O arroz deve ficar aguado para que, no final, fique cremoso.
Quando estiver pronto, retire o arroz-doce para uma travessa e decore com canela em pó.
Sugestão:
Aproveite as claras para preparar um outro afamado doce regional português, os Ésses de Amêndoa do Ribatejo.
Fonte da receita: www.cm-moita.pt/pages/855