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Pé de Moleque Nordestino

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Quem já provou um autêntico pé de moleque nordestino sabe que não se trata apenas de um doce, mas de uma experiência que transporta os sentidos para as terras áridas e acolhedoras do sertão. Este quitute, tão tradicional quanto a própria cultura nordestina, é um verdadeiro tesouro culinário que merece ser celebrado e saboreado. Hoje, vamos desvendar os segredos desta iguaria que faz as delícias de milhões de brasileiros, especialmente durante as festas juninas.

Pé de Moleque Nordestino

Pé de Moleque Nordestino

Preparo 5 minutes
Cozimento 20 minutes
Refeição Sobremesa
Culinária Brasileira
Serve 6 Pessoas
Calorias 366 kcal

Equipamento

  • Panela
  • Colher de pau
  • Forma

Ingredientes
  

  • 500 g de amendoim torrado e sem pele
  • 500 g de rapadura
  • 1 colher (sopa) manteiga de garrafa ou manteiga comum
  • 1 pitada de sal

Instruções
 

  • Pique a rapadura em pedaços pequenos ou rale-a para facilitar o derretimento.
  • Em uma panela grande de fundo grosso, derreta a rapadura em fogo baixo, mexendo constantemente com uma colher de pau.
  • Quando a rapadura estiver completamente derretida, adicione a manteiga de garrafa e o sal. Misture bem.
  • Acrescente o amendoim torrado e mexa vigorosamente para envolver todos os grãos com o melado.
  • Continue mexendo em fogo baixo até que a mistura comece a desgrudar do fundo da panela (ponto de “puxa-puxa”).
  • Despeje a mistura em uma superfície lisa e untada (pode ser uma pedra de mármore ou uma assadeira grande forrada com folha de bananeira).
  • Com uma espátula de madeira ou as costas de uma colher untada, espalhe a mistura, formando uma camada uniforme de cerca de 1,5 cm de espessura.
  • Deixe esfriar completamente à temperatura ambiente. Isso pode levar cerca de 1 a 2 horas, dependendo do clima.
  • Quando estiver frio e duro, quebre em pedaços irregulares com as mãos.
Etiquetas nordestino, Pé de Moleque

História e Tradição

O pé de moleque nordestino tem suas raízes profundamente entrelaçadas com a história da região. A receita surgiu como uma forma de aproveitar dois ingredientes abundantes no sertão: o amendoim e a rapadura. A rapadura, subproduto da cana-de-açúcar, era uma fonte de energia vital para os trabalhadores rurais, enquanto o amendoim fornecia proteínas e gorduras essenciais.

O nome “pé de moleque” tem várias teorias sobre sua origem. Uma delas sugere que o doce lembra a aparência do pé calejado de um menino (moleque) que anda descalço pelo sertão. Outra teoria diz que o nome vem da consistência do doce, que “gruda” nos dentes como um moleque travesso.

Nas festas juninas, o pé de moleque se tornou um símbolo da cultura nordestina, representando a resistência, a criatividade e a doçura de um povo que sabe transformar o pouco em muito.

Dicas para o Pé de Moleque Nordestino Perfeito

  1. Qualidade da rapadura: Use rapadura de boa qualidade, preferencialmente artesanal, para um sabor mais autêntico.
  2. Ponto do melado: O segredo está no ponto certo do melado. Ele deve estar no “ponto de bala”, quando forma fios ao ser levantado com a colher.
  3. Amendoim fresco: Prefira amendoim recém-torrado para um sabor mais intenso e uma crocância perfeita.
  4. Manteiga de garrafa: Se possível, use manteiga de garrafa autêntica para um sabor mais característico do Nordeste.
  5. Folha de bananeira: Despejar o doce sobre uma folha de bananeira untada não só evita que grude, mas também adiciona um aroma sutil e tradicional.

Variações Regionais

  • Em algumas regiões, adiciona-se um pouco de gengibre ralado para dar um toque picante.
  • Algumas receitas incluem um pouco de farinha de mandioca para dar mais corpo ao doce.
  • Em versões mais modernas, pode-se encontrar pé de moleque com castanha de caju ou outros frutos secos típicos da região.

O pé de moleque nordestino é mais do que um simples doce; é um pedaço da história e da cultura do Nordeste brasileiro. Cada mordida crocante nos transporta para as feiras livres, as festas de São João e as cozinhas acolhedoras das avós nordestinas. Preparar este doce é uma forma de manter viva uma tradição centenária e de prestar homenagem à criatividade e resistência do povo nordestino.

Então, da próxima vez que você saborear um pedaço de pé de moleque nordestino, lembre-se: você não está apenas comendo um doce, mas degustando um pouco da alma do sertão. Que o sabor adocicado da rapadura e o crocante do amendoim continuem a encantar gerações, levando um pouco do Nordeste para todos os cantos do Brasil e do mundo!

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